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Câncer de Laringe

           

     O Câncer Laríngeo tem uma das maiores prevalências dentre os cânceres de cabeça e pescoço, e por isso, merece destaque especial. É uma neoplasia que acomete pacientes com picos de incidência entre a quinta e sexta décadas de vida. A proporção entre mulheres vem aumentando, embora o número de doenças seja maior em homens. A este fator cita-se principalmente o aumento do tabagismo dentre as mulheres. A doença afeta a vida social e funcional do paciente, o que gera morbidade pelos sintomas que ela causa.

Epidemiologia

       Segundo o INCA, para 2016 foram estimados 7.350 novos casos. O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas. A ocorrência pode se dar em uma das três porções em que se divide o órgão: laringe supraglótica, glote e subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide.

Fonte:

1. Portal Oncoguia

2. INCA

3. Pinto JA, Wambier H, Sonego TB, Batista FC, Kohler R, Reis RP. Lesões pré-malignas da laringe: revisão de literatura. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço. 2012;41(1):42-7

Tratamento

        Dependendo do estágio da doença e alguns outros fatores, as principais opções de tratamento para pacientes com câncer de laringe podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo.

  • Estágio 0:

Estes cânceres são quase sempre de glote (cordas vocais) e são diagnosticados mais cedo devido a alterações na voz. Eles são quase sempre curáveis com a retirada das cordas vocais, por cirurgia a laser ou radioterapia. Se a doença recidivar após a cirurgia a laser, pode ser administrada radioterapia.

  • Estágios I e II:

Na maioria dos pacientes pode ser administrada apenas a radioterapia ou a laringectomia parcial. Os resultados em relação a voz tendem a ser melhores com a radioterapia do que com a laringectomia parcial, e a taxa de complicação tende a ser menor para o tratamento radioterápico.

  • Estágios III e IV:

Os estágios III e IV, muitas vezes necessitam de um tratamento combinando a cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.As principais opções para o tratamento inicial são a cirurgia (laringectomia total) ou quimioterapia com radioterapia. Apenas a radioterapia isolada ou com a terapia alvo com cetuximab pode ser uma opção para pacientes que não toleram tratamentos mais intensivos.

 

         Os tumores maiores ou que se disseminaram para outros órgãos e não podem ser removidos cirurgicamente são tratados com radioterapia, geralmente combinada com quimioterapia ou terapia alvo com cetuximab.

 

 

Reabilitação Vocal

       Após uma laringectomia total o paciente não consegue falar utilizando suas próprias cordas vocais. No entanto, existem várias opções para restaurar a fala após a cirurgia, como a voz esofágica, a punção traqueo-esofágica e a eletrolaringe. O acompanhamento com fonoaudiólogo é imprescindível.

Fatores de Risco

    Dentre os principais fatores de risco responsáveis pelo surgimento do câncer laríngeo, destacam-se o tabagismo e o etilismo. O efeito sinérgico da associação entre o etilismo e o tabagismo também já está bem estabelecido.

     O refluxo gastroesofágico é um fator etiológico de alta prevalência entre a população. O surgimento de lesões laríngeas depende do tempo de exposição, quantidade de ácido e presença de lesões prévias na mucosa da laringe.

       No que diz respeito ao HPV, sua infecção é apontada como coadjuvante no processo de transformação neoplásica.

Quadro Clínico e Diagnóstico

     Os sintomas estão diretamente ligados à localização da lesão. Assim, a dor de garganta sugere tumor supraglótico, e rouquidão indica tumor glótico ou subglótico. O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais, como alteração na qualidade da voz, disfagia leve e sensação de "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, disfagia e dispneia

O diagnóstico das lesões inicia-se com uma anamnese e um exame laringoscópico, com destaque especial para os antecedentes e fatores de risco para o surgimento da neoplasia laríngea.

Figura 2 - CA Laringe- fatores de risco

    A biópsia é obrigatória antes de qualquer planejamento terapêutico, pois a laringe pode abrigar tipos diversos de lesões benignas que aparentam malignidade. Ela pode ser realizada sob anestesia local, com uso de endoscópios flexíveis dotados de canal de biópsia, ou sob anestesia geral e laringoscopia direta. A panendoscopia é um procedimento que combina laringoscopia, esofagoscopia e (às vezes) broncoscopia, também pode ser realizada. O estadiamento em que se encontra o tumor e suas características determinarão a escolha do melhor tratamento do ponto de vista oncológico e funcional.

Figura 3 CA laringe – diagnostico

Figura 1 - Laringe

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